13.3.13

De volta amanhã

Depois de quase duas semanas de ausência (férias de ski e preguiça), volto aos relvados amanhã.

O objectivo está traçado. Fazer a mini de dia 24 a correr sem nunca parar. Não interessam tempos nem velocidades médias.

Com uma semana e meia de treino parece-me muito complicado.

Alaber como me sinto amanhã!

26.2.13

Esses loucos que correm



"Eu conheço-os.
Tenho-os visto muitas vezes.
São especiais.
Alguns saem de madrugada e empenham-se em ganhar ao sol.
Outros apanham o sol ao meio-dia, cansam-se à tarde, ou tentam não ser atropelados por um camião à noite.
Estão loucos.
No verão correm, trotam, transpiram, desidratam-se, e finalmente cansam-se … só para desfrutar do descanso.
No Inverno tapam-se, abrigam-se, reclamam, arrefecem, constipam-se e deixam que a chuva lhes molhe a cara.

Eu vi-os.
Passam rápido ao longo da alameda, devagar entre as árvores, serpenteiam caminhos de terra, trepam calçadas, fazem jogging na curva de uma estrada perdida, fogem das ondas na praia, atravessam pontes de madeira, pisam folhas secas, sobem montes, saltam charcos, atravessam parques, chateiam-se com os carros que não travam, fogem de um cão e correm, correm e correm.
Ouvem música que acompanha o ritmo dos seus pés, ouvem os padeiros e as gaivotas, ouvem os seus batimentos e a sua própria respiração, olham em frente, olham para os pés, sentem o cheiro do vento que passou por entre os eucaliptos, a brisa que saiu do laranjal, respiram o ar que vem dos pinheiros e abrandam ao passar em frente do jasmim.

Eu já os vi.
Não estão bons da cabeça.
Eles usam ténis com ar e sapatilhas de marca, correm descalços ou gastam sapatos. Transpiram tshirts, usam gorros e medem o seu próprio tempo.
Eles estão a tentar ganhar a alguém.
Trotam com o corpo solto, passam perto do cão branco, aceleram a seguir à coluna, procuram uma torneira para se refrescarem... e seguem.
Inscrevem-se em todas as corridas... mas não ganham nenhuma.
Começam a corrida na véspera, sonham que correm e levantam-se como as crianças no dia de Natal.
Prepararam as roupas que descansa sobre uma cadeira, como fizeram na sua infância na véspera das férias.
No dia anterior à corrida comem massa e não bebem álcool, mas são recompensados com ousadia mal a competição termina.
Nunca consegui calcular-lhes a idade, mas provavelmente têm entre 15 e 85 anos.
São homens e mulheres.
Não estão bem.

Começam em corridas de oito ou dez quilómetros e antes de começar sabem que não podem vencer, mesmo que faltem todos os outros.
Sentem a ansiedade antes de cada partida e alguns minutos antes do início eles precisam ir à casa de banho.
Ajustam o cronómetro e tentam localizar os quatro ou cinco a quem é preciso ganhar.
São as suas referências da corrida: "Cinco que correm como eu."
Basta chegar à frente de um deles e será o suficiente para dormir à noite com um sorriso.
Usufruem enquanto ultrapassam outro corredor... mas encorajam-no, dizendo-lhe que falta pouco e pedem-lhe para não abrandar.

Perguntam pelo abastecimento de água e ficam irritados porque não aparece.
Estão loucos, sabem que têm nas suas casas a água que precisam, sem esperar pela entrega de uma criança que levanta um copo à medida que passam.
Queixam-se do sol que os mata sol ou da chuva que não os deixa ver.
Estão mal, eles sabem que há perto a sombra de um salgueiro ou o resguardo de um beiral.
Não as preparam... mas eles têm todas as desculpas para o momento em que atingem a meta.
Não as preparam... são parte deles.
O vento estava contra, não corria uma gota de vento, as sapatilhas eram novas, o circuito estava mal medido, os que entraram à frente não deixaram passar, o aniversário de ontem à noite, a costura na meia sobre o pé direito, o joelho a trair-me outra vez, arranquei muito rápido, não deram água, no fim ia acelerar mas não quis.
Gostam de começar a correr e quando chegam levantam os braços, porque dizem que conseguiram.
Ganharam mais uma vez!
Eles não percebem que perderam para cem ou mil pessoas... mas insistem que voltaram a ganhar.
São invulgares.
Inventam uma meta em cada estrada.
Ganham a eles próprios, aos que insistem em olhar para eles desde a calçada, aos que os vêm na TV e aos que nem sequer sabem que existem loucos que correm.
Tremem-lhes as mãos enquanto furam a roupa para colocar os dorsais, simplesmente porque não estão bem.

Eu já os vi passar.
Doe-lhes as pernas, sentem cólicas, custa-lhes a respirar, sentem pontadas nas costas... mas seguem.
À medida que avançam na corrida os músculos sofrem cada vez mais desfigurando rosto, o suor escorre pelas suas caras, as pontadas começam a repetir-se e dois quilómetros antes da meta começam a perguntar o que estão ali a fazer.
Não seria melhor serem um dos sábios que batem palmas na calçada?
Estão loucos.
Eu conheço-os bem.
Quando chegam abraçam-se à sua mulher ou ao seu marido para esconder o puro amor da transpiração do seu rosto e do seu corpo.
Esperam-nos os seus filhos e até algum neto ou mesmo o carinho de um avô que grita solidário quando eles passam a linha da meta.
Trazem uma placa à frente que pisca e diz "Cheguei - Missão Cumprida. "
Apenas bebem água e molham a cabeça, quase se atiram para a relva para recuperar, mas depois param, porque são saudados por aqueles que chegaram antes. Tentam atirar-se de novo mas param porque têm que saudar os que chegam depois deles.
Tentam empurrar uma parede com as duas mãos, levantam a perna desde o tornozelo e abraçam outro louco que chega mais suado que eles.
Tenho visto muitas vezes.
Estão mal da cabeça.
Eles olham com carinho e sem lástima o que chega dez minutos depois, respeitam o último e o penúltimo porque dizem que são respeitados pelo primeiro e pelo segundo.
Aproveitam os aplausos, mesmo que vejam no fim ganhando apenas à ambulância e ao tipo da moto.
Juntam-se em equipas e viajam 200 quilómetros para correr 10.
Compram todas as fotos que lhes tiram e não percebem que são iguais às da corrida anterior.
Penduram as medalhas pela casa para que quem a visita possa vê-las e pergunte.

Estão mal.
"Esta é do último mês” dizem, tentando usar seu tom mais humilde.
"Este é a primeira que ganhei” dizem eles, omitindo que as distribuíam a todos, incluindo o último a chegar e o polícia de trânsito.
Dois dias depois da corrida muito cedo já saltam por cima das poças, escalam as cordas, movem os braços ritmicamente, acenam aos ciclistas, batem as palmas das mãos com os colegas com quem se cruzam.
Dizem que poucas pessoas, hoje em dia, são capazes de ficar sozinhos - consigo mesmo - uma hora por dia.
Dizem que só os pescadores, nadadores e alguns mais.
Dizem que as pessoas não estão usufruindo tanto do silêncio.
Eles dizem que gostam dele.
Eles dizem que projectam e fazem balanços, que se arrependem e se congratulam, que se questionam, preparam os seus dias enquanto correm e conversam sem medo com eles próprios.
Eles dizem que os outros inventam desculpas para lhes fazer companhia.
Eles estão mal da cabeça.

Eu já vi.
Alguns apenas caminham... mas um dia... quando ninguém está a olhar, animam-se e correm um bocadinho.
Em poucos meses começam a transformar-se e ficam tão loucos como eles.
Esticam-se, olham, rodam, respiram, suspiram e atiram-se.
Aceleram, abrandam e voltam a acelerar.
Eu acho que eles querem vencer a morte.
Eles dizem que querem vencer na vida.
Estão completamente loucos."


Durán, Marciano, Março 2008.
(tradução para português Alfredo Falcão)

Respirar e correr

A minha maior dificuldade.
As pernas vão respondendo sempre, mas parece que os pulmões "param" ao fim de 5 minutos (má forma cardiovascular, associada a sinusite e rinite alérgica - cocktail molotof).

Entretive-me a pesquisar na net o método mais consensual de respiração. Neste site, o processo respiratório é explicado em detalhe.

A ideia geral transmitida é que:

  • Existem duas formas comuns de respirar: através do tórax (respiração torácica) e do abdómen (respiração diafragmática).
  • A respiração torácica (encher o peito de ar e encolher a barriga) é a mais pobre e incompleta, entrando menos ar, mas com um grande número de inspirações e expirações. O resultado é acúmulo de ar viciado, pobre em oxigénio, além de tensão muscular.
  • Por outro lado, a respiração diafragmática (encher e encolher a barriga), faz com que os pulmões se encham de ar resultando numa boa oxigenação. 
  • O ideal será trabalhar a respiração abdominal (que é a forma mais natural de respirar e a que permite absorver mais oxigénio) quando não estamos em treino, o que permitirá adquirir hábitos que posteriormente serão transferidos para  a corrida.
Fonte: shakuhachiba.ning.com

Além de praticar uma respiração correta, para pessoas que, como eu, têm sempre o nariz entupido (sinusite, rinite, alergias), não é descabido utilizar tiras nasais.

Julgo que a marca mais vendida por cá é a "Breathe Right" (caixa de 30 tiras, c. 22 Eur):

Hoje experimentei a fita e senti-me muito bem (ontem com o nariz entupido, corri o tempo todo com a respiração muito descontrolada, e ia ficando cheia de "dores de burro"). Hoje, além de conseguir controlar melhor a respiração, senti que entrava mais ar do que nunca pelo nariz. 

Em termos de velocidade (mesmo tendo corrido 2af de manhã e treinado badminton ontem à noite), melhorei mais um bocadinho.

Pelo que pesquisei na internet, a não ser que o nariz esteja obstruído por qualquer motivo (constipação, sinusite, alergias, etc), as tiras não fazem nada de especial. Talvez tenham um efeito placebo, não sei.

No que me diz respeito, acho que passaram a fazer parte do meu equipamento de treino ;)


22.2.13

Sobre a motivação


"Running isn't about the company, distance, the course, the weather, the crowd, the competition, your playlist; it isn't about what sneakers you buy or the clothes you wear, it’s about what you take to the starting line, it’s about what you have inside of you that you bring to any and every practice, race, warm-up; what you’re made of and what you believe fuels and pushes your run to be as strong and as powerful as you are"

De vez em quando é preciso ler estas frases bonitas, provavelmente escritas pelos advertisers da Nike Running para nós sentirmos "especiais". 

Hoje o caminho a percorrer parece enorme.

21.2.13

Entretanto descobri que uma semana antes da mini de Almada vai haver a "Corrida Sempre Mulher" (5 km), no dia 21 de Abril.

É capaz de ser um bom treino.

Corridas em Lisboa e arredores durante 2013.

Como motivação extra, e para conseguir ter objetivos concretos sempre presentes durante as corridas, estive a "cuscar" as mini-maratonas que estão planeadas para 2013.

Da lista que encontrei aqui, pareceram-me interessantes:


Mini-Maratona de Lisboa (c. 7 km), dia 24 de Março.

Mini-Maratona de Almada (c. 9,5 km), dia 28 de Abril.

Corrida do Oriente (c. 10 Km), dia 2 de Junho (ainda porconfirmar).

Marginal à noite (c. 8 km), dia 15 de Junho (ainda porconfirmar).

Urban Trail Lisboa (c. 12 km), dia 21 de Setembro (ainda porconfirmar).

ou alternativamente, Corrida da Linha/Destak (c. 10 km), dia22 de Setembro (ainda por confirmar).

Corrida do SCP (c. 10 km), dia 29 de Setembro.

Corrida do Aeroporto (c. 9 km), dia 6 de Outubro (aindapor confirmar).

Corrida do Tejo (c. 10 km), dia 20 de Outubro (ainda porconfirmar).

S. Silvestre Lisboa (c. 10 km), dia 28 de Dezembro.

Para já, e acometida por uma confiança enorme, inscrevi-me nas duas primeiras. Se as conseguir fazer sempre a correr vou-me sentir uma Queniana das mais velozes!